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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Decomposição

Os ponteiros alinhados
supri o desejo em goles solitários
meu silêncio motivado sem porém

ergui a cabeça por um momento

Eu estou gasto
ao ralo das ruas minha honra
quando olhei as estrelas
ontem a noite, quem mais?

Eco de heróis dissipados...

A liberdade dos pássaros não passa de ilusão quando a carne cede ao tempo

Perdi para a cidade
o brilho que eu tinha
e por ela agora, só essas luzes

amareladas com seus imperiais
que cavalgam as costas
da classe A de cus frouxos

Embebido em esquecimento
meu amargo é teu doce
que fere a boca que se cala
contra mim foi palavras
atos falhos me fizeram eu mesmo

Ossos metalicos batiam-se
vômitei bebês que escorreram
ao ralo a baixo e se tornaram deus
exaltei a minha fome antes
após isso foi apenas vaidade

Em minhas mãos trêmulas
o copo vazio que enchi do meu eu
que num tropeço no escuro
ainda restava o gole derradeiro