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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A santa na cruz

Lembro dos amigos que enterrei
das drogas nas pontas dos meus dedos
e de odiar enquanto amava

em manhãs de mãos dadas
e por fim
solitárias
ecoante era ela
de dentro do ônibus cinza
aquela buceta verde que não era só minha

Despedi-me dos amigos quando floreceram de baixo dos meus pés pretos
tomando o lugar de um cristo qualquer
tomei pra mim mais uma vez
o ar da erva entre as pontas dos meus dedos
e quando o ódio cessou e pudi amar

em noites solitárias de quase anulação
atando o nó até o paraíso
eu poderia almejar os degraus recostando meu corpo
o abraço que o fim nos dar

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Cabeça de Elefante

A mesmice de acariciar o peito

relembrar do que foi dito
do vômito escondido nos lençóis
do terço pendurado na cama 
que nunca teve um drama 



era o cheiro das pernas 
que prendia a corda com mais força
aquelas bocas monstruosas 
te jurando infinito
relendo os jornais espalhados em cada canto do quarto miúdo
despedidas como carrapatos arrancados do escroto 
havia um moleque franzino duelando com a altura do abacateiro

Ele pôs a corda lá