Perdi para a cidade
o brilho que eu tinha
e por ela agora, só essas luzes
amareladas com seus imperiais
que cavalgam as costas
da classe A de cus frouxos
Embebido em esquecimento
meu amargo é teu doce
que fere a boca que se cala
contra mim foi palavras
atos falhos me fizeram eu mesmo
Ossos metalicos batiam-se
vômitei bebês que escorreram
ao ralo a baixo e se tornaram deus
exaltei a minha fome antes
após isso foi apenas vaidade
Em minhas mãos trêmulas
o copo vazio que enchi do meu eu
que num tropeço no escuro
ainda restava o gole derradeiro
Bom dia.
ResponderExcluirÉ curioso ler agora esse seu belíssimo poema. Fui criado no Rio de Janeiro e por vezes passava fins de semana em Petrópolis, nos anos 70. Cresci achando que um dia - quando tivesse estabilidade financeira - moraria em Petrópolis, que, na infância, a mim parecia o melhor lugar do mundo.
Voltei à cidade há menos de um mês. Fiquei por quatro dias e - apesar de ainda a achar belíssima (tirei muitas fotos maravilhosas e visitei, novamente, todos os pontos turísticos 'obrigatórios') - saí com a plena certeza de que eu não conseguiria morar ali. Foi uma surpresa ver meu sonho de infância desfeito de modo tão imediato.
Parabéns por seu belo poema.
Grande abraço, poeta!