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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rio de Janeiro 20

E no olhos que são arrancados
a poderosa inexistência dos deuses quando se tenta
e os nós presos na garganta
desatando-os pouco a pouco num gole
e das poças da calçada
seja o útero e o túmulo
quando se pensar por satisfeito
apodrecido mais uma vez

Uma manhã cinza estupra
é tão estúpido esperar que o sol venha
os ossos ainda recém-nascidos
na garganta dela são amor

No peito que desabriga um passo falso
ouvindo e não notando quem cai em volta
quando a mão branca segura
aperta o melhor e estalo nos olhos de um bebê

Cidade grande derrubada com zelo
semi abortados que amanhecem sem nenhum sorriso
somos ela e eu tomando café e cultivando um ao outro
por que na garganta e em todo somos amor

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