Páginas

sábado, 6 de outubro de 2018

Alheia

Eu era sintético
no que era teu cerne
esculpida de aquário
no desgaste da vida
chafurdei teu ócio
entre coxa
teu crucifixo
queria ser ar
exaltando o último desejo
pneus vencido
atropelando o que me é glória
sentir teu pesar
como sentir a primeira menarca
figurar no último mês
o obituário no jornal da cidade
adeus menina
lembre-se de cantar
refrões torpes
esfriando as pernas na sacada
sob tua própria tempestade
alheia

Nenhum comentário:

Postar um comentário