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sábado, 2 de junho de 2012

Encenação a Rei

Morrestes, amigo?
Respiras ainda aliviado em teu lar?
Brindemos agora enquanto começamos a iludir nosso tempo
Estareis vós ainda com as orelhas no lugar?
Te retiras do teu berço pois não és mais criança
saia e veja o mundo morrendo em teus olhos
Advirto-te para não usares máscaras
vejo o cortejo que se segue sem sair do lugar, meu amigo
Embebido jaz em teu túmulo sem ninguém a derramar lágrimas
Vós esperastes o primeiro punhado de terra cair
não te faças de entendido ainda
Teu sangue corre quente com lava
Veja que aqui há outros que ainda dançam suas desventuras
Vós batestes em teu deus ontem à noite
Caminhaste lado a lado com satã
crenças não preenchem as vacuidades da vida, meu amigo
irei embora para encontrar novamente minha razão
Culmina tua lucidez quando o dia amanhecer
no meio de um dia estarei de volta, meu velho amigo
desatando os nós que ainda restam
Morrestes, amigo?
Respiras ainda em teu lar?
Brindemos agora, pois nosso tempo está entregue às traças
Estareis vós ainda com as orelhas no lugar?
Te retiras do teu berço pois não és mais criança

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